quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Mesmo Em Fatias... É TUDO ROCK!


Por Marcelo Oliveira


Quando escrevi sobre o Rock in Rio, neste post, defendi a tese de que a excessiva subdivisão do Rock é prejudicial aos fãs e mesmo às bandas.  Quero retomar este tema para explicar e exemplificar o que eu quis dizer com isto.

Tudo começa com a criação do Rock. Alguns músicos começaram a fazer um som diferente do que existia, juntando elementos de outros pré-existentes e criando uma nova roupagem. Como a experimentação está inscrita no DNA do Rock, quem veio depois dos “desbravadores” foi imprimindo sua marca e modificando muito mais do que as letras das músicas. Estas modificações foram chamando a atenção do público e a mídia se viu obrigada a dar uma “definição”, um “nome” para isto. Surgiram então os sub-gêneros do Rock.  Assim nasceu o Progressivo, o Hard Rock, o Blues Rock, o Heavy Metal... dentre outros. Perceba, sub-gênero significa “um gênero dentro de um gênero”. Ou seja, lá na raiz é tudo Rock!

Mas depois disto, com o passar do tempo, as mudanças se tornaram quase uma regra. Cada banda nova que surge (elas surgem em velocidade cada vez mais alucinada) parece se dedicar a sagrada missão de “reinventar a roda”. Todo mundo quer ser o grande fundador de um novo estilo.  Isto é fruto da revolução tecnológica que turbinou o poder da mídia. Antigamente os fãs de Rock precisavam esperar o mês inteiro para comprar uma revista especializada e ter alguma informação sobre a banda preferida. Hoje você pode acompanhar o teu guitarrista preferido no Twitter!!!  Mais poder, mais canais, MUITO mais fome por “novidades”. Os atuais “especialistas” precisam de assunto para manter o interesse. Assim vão brincando de Adão, dando nome a tudo que vêem pela frente.  O resultado disso é uma quantidade absurda de sub-gêneros que vão se multiplicando em outros sub-gêneros.

Só pra dar um exemplo, entrei no termo “Heavy Metal” do Wikipedia e peguei lá os “sub-generos” lá citados. Desafio você a ler tudo sem respirar... =D

Avant-garde metal, black metal, death metal, doom metal, folk metal, groove metal, power metal, prog metal, speed metal, thrash metal, gothic metal, alternative metal, glam metal, industrial metal, metalcore, neo classical metal, stoner metal, symphonic metal, Alternative metal, Crust punk, Drone metal, Folk metal, Funk metal, Grindcore, Grunge, Industrial metal, Metalcore, Neo-classical metal, Nu metal, Post-metal, Rap metal, Sludge metal.

E ainda tá faltando coisa aí. Quem ganha com isso? Na prática, que diferença faz se o som da tua banda é Nu metal ou “vestidinho” metal? O problema é que as pessoas começaram a incorporar estas diferenças e levar estes nomes tão a sério que não se permitem mais ouvir nada que não seja aquele pequeno pedacinho.  Outro dia vi o absurdo extremo de um sujeito que me disse que não gostava de Rock, gostava de Heavy Metal!

O reflexo disso se mostra forte em momentos como o Rock in Rio. O Pop, que seguiu um caminho inverso disso e foi paulatinamente destruindo os termos que definiam “sub-classes”, está cada dia mais forte e com mais público. O Rock vai perdendo espaço, porque os fãs estão divididos. Você pode dizer: “Que se dane! Gosto da minha banda e pronto!” Ok!  Mas depois não reclame se sua banda não vier tocar aqui. Não reclame se no teu carro você não tiver nenhuma Rádio Rock para ouvir. Dentre outras coisas...

Você não precisa gostar de tudo, mas jamais esqueça que no fundo tudo isso é Rock! Respeite e apóie esta família, para que ela fique cada vez mais forte. Acredite, você tem muito a ganhar!



Grande abraço

Marcelo Oliveira


5 comentários:

  1. Falou tudo agora!alguns rótulos não deveriam existir,como por exemplo o nosso amigo Metalcore,que para muitos é a fusão do Heavy Metal com o Hardcore...aonde Matt Tuck e Matt Shadows lembram Bruce Dicknson?? não seria melhor apenas alternative?ou melhor ainda,apenas rock?

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  2. Qdo o assunto é rock acho q vale a aquela frase do Oscar Wilde: "nenhuma teoria da vida é maior q a própria vida" (ou algo assim).

    Rock'n'roll vc vive (ou não). Se vc já saiu de um show de rock encharcado de suor, rouco de tanto gritar e com vários hematomas p/ contar história, então vc viveu a experiência máxima q o rock pode te proporcionar. e enquanto vc vivia esta experiência pouco importava as sub-divisões ou os nomes bonitinhos q os entendidos inventaram.

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  3. Em primeiro lugar parabéns, falou tudo. E eu também tenha essa mesma opinião, e tanto não ligo pra sub-gêneros que tenho uma playlist com todas as minhas bandas preferidas juntas, e eu gosto de tudo no rock, não importa o nome como é classificado esses sub-gêneros.

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  4. nunca entendi essas divisões, rock, p/ mim, é estilo de vida...

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  5. Caraca uma menina escreveu exatamente isso no facebook dela, que ela não era roqueira, que ela ouvia Metal.Putz é muita palhaçada. O pior é saber que a tendencia é piorar.

    Parabéns pelo blog!!!

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