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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Eddie Van Halen... A imagem do gênio!

Por Vinicius Dio


Mês passado foi lançado o livro “EDDIE VAN HALEN” de Neil Zlozower. Este não é uma daquelas típicas literaturas “Autobiográficas” tão comumente lançadas por celebridades de vários meios artísticos, inclusive no rock! 

O autor Neil Zlozower, é um fotografo famosíssimo, que com mais de 40 anos de carreira já prestou serviço a diversas bandas de renome como: Aerosmith, AC/DC e Rolling Stones e outros. Na década de oitenta, Neil colocava seu trabalho (como fotógrafo) em prática ao lado da banda Van Halen, sendo considerado até mesmo como o quinto homem do grupo! E é através desse trabalho de anos, que seu livro vem a concretizar-se, trazendo-nos 200 fotos inéditas da lenda viva da guitarra, Eddie Van Halen! 

Além do atrativo visual, o livro conta com participações de ilustres nomes fazendo comentários diversos sobre o lendário guitarrista, entre os quais:  Angus Young, Jimmy Page, Joe Perry, Les Paul, Steve Vai, Joe Satriani, Nuno Bettencourt,Ritchie Blackmore, Gilby Clarke, Phil Collen, Billy Gibbons, Peter Frampton, Paul Gilbert, Tony Iommi, Steve Lukather, Mick Mars, Ronnie Montrose, Gary Moore, Tom Morello, Dave Navarro,Rick Nielsen, Ted Nugent, Paul Stanley, Nancy Wilson, Zakk Wylde , Dweezil Zappa... estes são apenas alguns nomes  de guitarristas, entre tantos outros artistas que aparecem de diferentes “áreas”, no meio de tantas celebridades, o livro também conta com a participação de escritores, e músicos no geral, como Gene Simmons e Lita Ford. Além disso, ainda aparece em suas linhas, um prefácio do famoso guitarrista Slash... 

Com tanta expectativa criada, não somente em cima das fotos, mas principalmente na curiosidade de tais comentários falando sobre o gênio das seis cordas, a News Desk publicou em primeira mão alguns dos comentários como o de Angus Young, Gene Simmons, Paul Stanley e Lita Ford, algum tempo antes do lançamento oficial, dando ainda mais expectativa e ansiedade! 

Confiram o Comentário feito por Angus Young!

O AC/DC fez um show com o Van Halen em 1978 ou 79. Não sabia muito sobre eles, exceto por alguns clipes que havia visto especialmente o de Eddie tocando “Eruption”. Fiquei impressionado. Não o conheci até anos depois, durante um Monsters Of Rock na Inglaterra. Fiquei chocado em saber que ele gostava do meu estilo de tocar, pois nunca me considerei um grande guitarrista. 

Eddie é um inovador. Quando cresci, tínhamos grandes instrumentistas na Inglaterra, como Jimmy Page, Eric Clapton e Jeff Beck. Depois, é claro, veio Jimi Hendrix, que mudou tudo. Colocaria Eddie na mesma categoria de Hendrix. Ele mudou o jogo com seu estilo e surgiram vários o imitando. Quando Hendrix se destacou, de repente surgiram pessoas querendo comprar uma guitarra igual e tocar seus licks. Ele virou de cabeça para baixo o livro de regras em termos de abordagem. Havia muito experimentalismo em seu modo de tocar. Eddie também é dessa linha, o que o coloca na mesma categoria. 

“Eruption” é uma das minhas faixas favoritas. Tem todas as características de seu estilo, um pouco de cada coisa. Quando Jimi Hendrix surgiu, todos pensaram “De onde veio esse cara?”. Tenho o mesmo sentimento em relação a Eddie. Quando ele apareceu, todos os guitarristas diziam “Você tem que ouvir esse cara”. 


Eu mal vejo a hora de ter esse livro, que traz mais um pedaço da história desse guitarrista que surpreendeu, revolucionou e dinamizou, e continua a dinamizar o mundo da guitarra! Na minha humilde opinião o maior guitarrista que pisou nesse mundo até os dias atuais!

Até a próxima!

@SirAlGhouti - Vinicius Dio

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Elliott Smith E A Ressaca De Segunda-Feira

Por Roberta Grassi


Quando eu me ofereci para escrever para o Social Rock Club, eu mostrei ao Marcelo um conto que eu escrevi e que tinha sido inspirado numa música dos Stones. A ideia inicial que nós tivemos era que eu escrevesse contos pequenos, todos baseados em músicas, que tivessem alguma coisa a ver com rock’n’roll, só que no meio do caminho eu acabei encarnando o espírito do Telecurso 2000 e meus posts ganharam um ar, digamos, um pouco didático (para não dizer com overdoses de nerdice).


Essa semana eu resolvi voltar à ideia original e escrevi um conto baseado numa música do Elliott Smith.


 Pra quem não sabe, Elliott Smith era um cantor de folk-rock e é considerado um dos melhores letristas de sua geração. Durante anos ele lutou contra a depressão, o alcoolismo e o vício em drogas, temas que aparecem em várias de suas músicas. Em 1997 ele concorreu ao Oscar de melhor canção com “Miss Misery” do filme “O Gênio Indomável”, e apesar de perder para a melosa “My Heart Will Go On” da Celine Dion a indicação fez com que ele saisse do anonimato e assinasse contrato com uma grande gravadora. Em 21 de outubro de 2003, ele foi encontrado por sua namorada em seu apartamento com duas facadas no peito, a morte foi registrada como suicídio, porém a necropsia deixou em aberto a opção de um homicídio. Além da polêmica sobre sua morte, Elliott Smith deixou um álbum inacabado (From A Basement on the Hill, que foi lançado postumamente em 2004) e um legado de canções que com palavras simples retratavam o que há de mais complexo: a essência do ser humano.


Segue abaixo a música que me inspirou a escrever e o conto. Espero que gostem (mas caso contrário, os comentários também servem para as críticas).




A ressaca de segunda-feira


Há quanto tempo ele estava ali? Horas? Dias? Eras? Uma existência inteira? Talvez um pouco menos que isso. Suas mãos estavam incrustadas nos braços daquela poltrona, e havia a suspeita de que suas costas jamais se descolariam do estofado do encosto. Ele não era mais um homem, era simplesmente parte daquela sala.


Vez ou outra vinha um espasmo, como se mãos invisíveis espremessem seu cérebro para lembrá-lo dos abusos cometidos no dia anterior. Entre um espasmo e outro ele concentrava toda a sua atenção em uma mancha escura que se destacava no chão claro.


Vão-se as pessoas, ficam as manchas de cerveja, contrastando com a cor do piso, grudando na madeira dos móveis.


Você enche sua casa de gente quando na verdade tudo o que você queria é que apenas uma pessoa estivesse ali, uma única pessoa que não está entre aqueles que você convocou para preencher o vazio. O som alto é uma tentativa de abafas todas as palavras não ditas. Álcool serve para aplacar a dor que você só sente na sua cabeça. E funciona por um tempo, como se certos momentos tivessem uma lógica própria e exclusiva, enquanto você os vive tudo faz sentido, mas depois... É como se as informações estivessem desconexas, e as explicações e justificativas que você se dá parecem não ter serventia nenhuma. A sensação é a de que aquilo que você viveu não é parte da sua vida, só algo que aconteceu com um estranho e alguém te contou.


Então sobre a ressaca, a baderna que foi deixada pra trás, o cheiro de vômito vindo da pia da cozinha e aquela mancha no chão.


Ele compreendia agora, ele existia junto com aquela mancha. Quando limpassem aquela mancha do chão sua existência seria apagada junto com a sujeira.


Um barulho chamou sua atenção, ele desviou os olhos do chão e se deparou com um homem parado no meio da sala e olhando em volta com uma expressão de desgosto. Demorou alguns segundos para ele reconhecer no homem ostentando a cara feia uma versão de si mesmo, uma versão limpa e sóbria, que provavelmente tinha recorrido a algum analgésico e a algum outro remédio para arrumar o estrago que a bebedeira tinha feito ao seu estômago, uma versão que não gostava do que via, que tinha se forçado a se levantar e seguir andando, alguém capaz de deixar aquela sala.


Sua versão sóbria se aproximou da poltrona onde agora ele habitava, olhou para a mancha no chão e resmungou em desaprovação. Ele sabia o que aquilo significava: no final do dia sua versão sóbria voltaria para casa e limparia aquela mancha, o que por sua vez significava que ele tinha menos de um dia para continuar existindo.


Ele observou sua outra versão ir até a mesa, pegar o relógio e prende-lo no pulso. Sua versão sóbria se importava com o tempo, coisa que para ele já não fazia mais diferença alguma. Em seguida sua versão limpa e funcional levou seu relógio de pulso até a porta da frente, olhou uma última vez com desgosto para o caos que era aquela sala de estar e saiu.


O som da porta batendo reverberou dentro de sua cabeça. Quando a reverberação se dissipou e a tortura teve fim, ele fez a única coisa que o estado em que se encontrava lhe permitia fazer: voltou a encarar aquela mancha no chão, aquela mancha que também era sua existência.




Roberta Grassi @robertagrassi
http://esquizofreniacoletiva.blogspot.com

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A Arte Do Rock

Por Marcelo Oliveira

Queria apresentar a vocês um livro que tem, no meu entender, uma enorme importância pelo precioso material contido em suas páginas. "A Arte do Rock: Imagens Que Marcaram A Era Clássica Do Rock" é uma daquelas obras que servem de base para muitos estudos. Dentre eles, o livro se presta a uma pesquisa sociológica muito interessante sobre o Rock como elemento cultural, mostrando como este estilo musical foi ganhando ao longo do tempo diferentes conotações. Conhecer a maneira como o Rock mesmo se apresenta à cultura de sua época é a melhor maneira de começar a compreender sua importância na sociedade.


Eis a sinopse do livro apresentada pelo site da Livraria Travessa:


A ARTE DO ROCK: IMAGENS QUE MARCARAM A ERA CLÁSSICA DO ROCK

Autor: Paul Grushkin

Editora: Companhia Editora Nacional

Acompanhe, nesta obra, a incrível viagem do historiador de rock Paul Grushkin pela coleção do talentoso diretor teatral Rob Roth, reunida por mais de 40 anos. Para muitos fãs deste gênero musical, as imagens de cartazes publicitários, capas de discos, crachás e muitos outros itens de merchandising do mundo do rock, cuidadosamente catalogadas nas páginas deste livro, despertarão lembranças nostálgicas de luzes piscando, da fumaça e do som poderoso dos shows de rock dos anos 70, 80 e 90. Esta também é uma apresentação luxuosa de algumas das produções artísticas mais vibrantes e emocionantes que definiram a identidade visual de oito grandes ícones musicais: Pink Floyd, Rolling Stones, Led Zeppelin, Queen, Elton John, The Who, David Bowie e Alice Cooper.

Recomendo muito este livro! Você fará uma interessante viagem psicodélica...

Grande abraço!

Marcelo Oliveira

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Streets of Fire

Por Rafael Takamoto

Eaeeeee povo, beleza???

Esses dias revi um filme chamado Streets of Fire - A Rock & Fable (Ruas de Fogo - Uma Fábula do Rock & Roll), e pensando nisso resolvi escrever um pouco desse filme porque fala justamente sobre o tema principal aqui do blog.

Logo que o filme começa há certa confusão de época, música dos anos 80 e visual dos anos 50, na época que vi nunca entendi o porquê, mas aí fez sentido um tempo depois que é "uma fábula do Rock & Roll". Porém, a maior parte da trilha não é necessariamente rock, é mais pop, mas o filme conta uma história que faz jus ao título.

Uma famosa cantora retorna a sua cidade natal, mas durante o show é sequestrada por uma gangue de motoqueiros e levada para o seu covil, onde nem mesmo as autoridades tem coragem de entrar. Resta chamar um ex-militar, ex bad boy da cidade, que por acaso, nos tempos de colégio, namorou a cantora. Ele reluta, mas devido à recompensa aceita ir buscá-la. Mas isso é só o começo da trama.

Durante a busca eles tem que roubar carros, conseguir armas, entrar num bairro perigoso e sair vivos. Claro que conseguem e tudo isso incrementado por ótimas cenas de ação, uma ótima trilha e a atuação impecável de Michael Paré, Diane Lane e Willem Dafoe.

Após conseguir salvar a cantora, o herói é avisado que terá que enfrentar os bandidos de novo, porque ninguém entra lá atirando, matando e sai vivo pra contar. Claro, rola todo aquele clima de romance de novo entre a mocinha e o herói, mas ele é mais um anti-herói. Não liga muito para isso e quando percebe os motoqueiros voltaram à cidade para ajustar as contas. A cena de luta é muito boa, mas não vou entrar em maiores detalhes, porque Streets of Fire, realmente é uma fábula do Rock & Roll que vale a pena ser vista.



Rafael Takamoto
http://esquizofreniacoletiva.blogspot.com/

9 Biografias Que Você Deveria Ler

Por Ulisses Putz


Olá, pessoal! Vim trazer algumas dicas de livros para vocês, para conhecerem um pouco mais sobre nomes importantes na história do Rock, Seja aqui no Brasil como internacionalmente. Entrar um pouco no universo dos artistas é uma boa maneira de entender algo mais de suas obras. E sem falar que é uma ótima maneira de passar o tempo.


Mais Pesado Que O Céu - Charles Cross - Heavier Than Heaven revela os dramas familiares que instigaram a criatividade musical de Cobain, a história da geração que moldou seu caráter e sensibilidade, detalhes do vício pela heroína, os planos suicidas e seu estranho e conturbado caso de amor com Courtney Love. Analisando relatos médicos e policiais, e cartas do próprio músico, Charles Cross também revela fatos novos sobre a saúde de Cobain, sua depressão e seus últimos dias.


Elvis E Eu - Priscilla Beaulieu Presley & Sandra Harmon - Priscilla Beaulieu conheceu Elvis Presley melhor do que ninguém. Durante 14 anos ela conviveu com o homem que era também seu ídolo. Ao relatar neste livro a apaixonada e conflituosa relação que ambos viveram, ela torna pública também a intimidade do mais famoso cantor popular de todos os tempos, suas manias e fraquezas, suas crises místicas e sua moral ambígua.


Na terra Das Mulheres Sem Bunda - Paulão De Carvalho - Num belo dia Paulão de Carvalho vira para sua mulher e diz que quer ir à Europa. Alguns meses e muito planejamento depois, os dois pegam um voo São Paulo – Madri em direção à felicidade. Uma lua de mel, passando por lugares românticos como Paris, Liverpool e mais outras oito que ficarão na memória do roqueiro corintiano e de sua amada. Mas será que numa dessas paradas algo vai atrapalhar o mês dos sonhos?


Só As Mães São Felizes (Cazuza) - Lucinha Araújo - Em um depoimento dado a Regina Echeverria, num tom quase de confidência, Lucinha Araujo relata todos os fatos marcantes de sua vida com seu único filho, o inesquecível cantor e compositor Cazuza, morto em 1990, em conseqüência da Aids. SÓ AS MÃES SÃO FELIZES, além de revelar detalhes surpreendentes sobre a trajetória de Cazuza e sua relação familiar, apresenta uma série de imagens raras do artista.


50 Anos a Mil (Lobão) - Claudio Julio Tognolli - 50 Anos a Mil é a autobiografia do Lobão, que conta em um volume fartamente ilustrado a história do menino que queria ser jogador de futebol e acabou se transformando num dos grandes nomes do rock brasileiro. As músicas, os amigos, as confusões com a polícia - o grande lobo não poupa nada nem ninguém.



Confie em Mim, Eu Sou o Dr. Ozzy - Cris Yres & Ozzy Osbourne - O livro se trata de uma coletânea da coluna médica de Ozzy publicada semanalmente no diário “The Sunday Times”, de Londres, na qual ele dá conselhos aos leitores. O livro já foi lançado em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil.




Slash: Parece Exagero, Mas Não Significa Que Não Aconteceu - Antony Bozza & Slash - Saul Hudson, ou mais conhecido como Slash, resolveu contar a sua história, e contou de uma maneira única. Com o auxílio do jornalista Anthony Bozza, Slash leva você do ano de 1965 quando ele nasceu, até 2007, quando o livro foi lançado nos Estados Unidos. Ler esse livro é como se imaginar em uma vida de rockstar, Slash faz você caminhar com ele por todas as páginas, todas as histórias.

Daqui Ninguém Sai Vivo (Jim Morrison) - Jerry Hopkins - O livro está carregado de diálogos pormenorizados e por mais entrevistas que os autores tenham feito não acredito que conseguissem chegar a tais detalhes. É uma biografia exageradamente divinizada o que não nos impede de ficar imediatamente presos ao livro, maravilhados com Jim, sempre pronto a quebrar as normas e regras vigentes…



Raul Seixas: O Baú Do Raul Revirado - Raul Seixas & Silvio Essinger - O baú em que Raul Seixas guardava as pequenas lembranças de sua carreira está, finalmente, ao alcance do público. Esse livro reúne fotos e manuscritos inéditos de um dos maiores ídolos do Brasil. Conhecer a história de Raul e do rock nacional através de seus objetos pessoais irá agradar até quem nasceu há dez mil anos atrás.



Um abraço a todos e até a próxima.

Ulisses Putz

terça-feira, 18 de outubro de 2011

1 peixe, 2 filmes e as incontáveis versões da mesma música

Por Roberta Grassi


Quem escreve sabe que mais difícil do que escrever é ter uma ideia sobre o que escrever, e que às vezes essa ideia para escrever vem nas horas mais improváveis.

Para Frank Black, guitarrista e principal vocalista da banda Pixies, a ideia para a letra de uma música veio enquanto ele fazia mergulho no Caribe. Ele contou em entrevista que enquanto todos os outros peixes fugiam da presença dos humanos que estavam ali fazendo snorkeling, havia este peixe muito pequeno que tentava segui-lo. E graças a este pequeno peixe em 1988 o mundo conheceu a sétima faixa do seu álbum Surfer Rosa: ”Where Is My Mind?”.

E desde 1988 esta é a trilha sonora perfeita para aqueles que estão com a cabeça à beira de um colapso. E em dois destes momentos em que a música serviu de trilha sonora para a insanidade as palavras de Frank Black foram tão bem usadas que chegaram a quase figurar um hino à demência: em 1999 no final do filme Clube da Luta e este ano no filme Sucker Punch – Mundo Surreal.


Se você não assistiu Clube da Luta, assista. E se você não leu o livro de Chuck Palahniuk no qual o filme foi baseado, então leia, porque mais do que violência gratuita a história de Clube da Luta está abarrotada de filosofia, existencialismo e reflexões das quais insistimos em fugir.


Depois de quase 140 minutos de niilismo e do abdômen definido do Brad Pitt, David Fincher nos presenteia com a cena final quando o personagem de Edward Norton, depois de se confrontar-se com Tyler Durden (não, a gramática da frase tá certa, se você assistiu o filme sabe que “se confrontou-se” neste caso existe), diz à Marla Singer que vai ficar tudo bem e, ao som da versão de Placebo para Where Is My Mind, segura sua mão e assiste a destruição de um centro financeiro.


Eu não tenho palavras educadas para dizer o quão foda é esta cena, então tá aí o vídeo que vai falar por si só.




E este ano mais uma vez o cinema provou que violência, explosões e filosofia (mesmo que seja barata) se misturam tão bem quanto vodka e... quase tudo.



Logo de cara Sucker Punch mostrou que trazia armamento pesado – você tem que dar crédito para um filme que tem Led Zepplin logo no trailer.


Eu fui no cinema assistir Sucker Punch e no meio do filme minha irmã me chamou e perguntou se eu tinha reconhecido a música. Demorou alguns segundos para meu cérebro ligar os pontos, a versão de Yoav e da atriz Emily Browning (que vive a protagonista do filme) é bem diferente da original, dando um quê de onírico à desorientação de Where Is My Mind.


Como a ode à loucura não é exclusividade do cinema, incontáveis bandas se deram o direito de fazer sua versão de Where Is My Mind: a já citada Placebo, Nada Surf, Kings of Leon, James Blunt (que eu achei que só sabia cantar "You're Beautiful”), a cantora M.I.A. e a lista se estende um pouco mais. Mas nenhuma das versões da música foi tão inusitada quanto um mashup com a "Blowin in the Wind" do Bob Dylan batizada de "Blowin' in My Mind".




Até o próximo post


@robertagrassi
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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

C.R.A.Z.Y.

Por Roberta Grassi




Se você observar a história da música vai ver que em cada época a música tem características e valores que a identificam como pertencendo a determinado período. Ouvindo uma música da década de 70, por exemplo, você consegue reconhecer ali as angustias, preocupações e os valores daquela época. Parece algo óbvio, já que uma das “funções” da música é expressar, ou mais do que isso, interpretar a realidade; mas se você parar pra pensar na época atual vai ver que a música atual é tão diversificada, a produção e divulgação da música é tão mais fácil e há tantas realidades diferentes que fica cada vez mais difícil definir as características da música que representa a nossa época.

Hoje você tem de tudo na música: pseudo roqueiros compondo canções bucólicas dignas de camponeses da era feudal, gente dissecando a década de 80 e tentando fazer soar como novidade, uma infinita miscigenação de gêneros musicais (algumas vezes mal sucedida) e por aí vai. E além de tudo isso, ainda há a “negação da nossa época”. Hoje em dia temos acesso a todo tipo de informação sobre a música do passado, só no Youtube você encontra material suficiente para se tornar fã de bandas que se dissolveram há décadas. E ouvindo certas obras do passado não tem como evitar a sensação de que a maioria das músicas atuais soa como um eco fraco, explorando apenas uma ínfima parte do poder que a música tem.

Esse tema é bem complexo e provavelmente eu não sou a pessoa mais indicada para dissecá-lo, mas depois que você assiste o filme “C.R.A.Z.Y. – Loucos de amor” não tem como a ideia de que mais do que mero entretenimento a música representa os valores de uma época não ficar martelando na sua cabeça.

O filme canadense de 2005 começa com o nascimento de Zachary no dia 25 de dezembro de 1960 e acompanha sua vida por duas décadas, mostrando a convivência com seus quatro irmãos, com a mãe religiosa e com o pai viciado em música. Ao longo dessas duas décadas, junto com Zachary e sua família, o filme mostra a evolução do rock.




A trilha sonora do filme é absurda: Elvis, Pink Floyd, David Bowie, Rolling Stones e The Cure. E em alguns momentos do filme a música deixa de ser simplesmente trilha sonora e passa a ser meio personagem meio parte da história.


Um desses momentos acontece quando Zac desenha um raio no rosto e junto com Bowie canta Space Oddity, até que seu irmão mais velho entra no quarto e desliga aquela “música de bicha”.
Bowie escreveu Space Oddity em 1968 depois de assistir “2001: Uma Odisseia no Espaço” de Stanley Kubrick, e o sentimento de estar “perdido no espaço e tentando se comunicar com a Terra” reflete bem a situação de Zac.





Em outro momento Zac se assume ateu para a mãe religiosa, a mãe diz que ele pode ser ateu o quanto ele quiser desde que ele frequente as missas e em um das cenas mais inusitadas de todos os tempos vemos uma igreja lotada fazendo coro para Mick Jagger em Sympathy For The Devil.



O filme é meio difícil de achar, mas vale muito a pena.


Até o próximo post


@robertagrassi
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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

FELIZ DIA DAS CRIANÇAS!

Por Rafael Takamoto


Eaeeee povo, como estão???

Bom, vou começar pela explicação... Acredito que independente da idade de cada um que passa por aqui, há um pouco de criança dentro de cada um e geralmente é na infância que começamos a gostar de músicas. E muitas vezes a tendência é o rock, mesmo que isso não dure.

E em homenagem ao dia das crianças, resolvi escrever sobre três filmes de três décadas diferentes, voltado ao público infanto juvenil.

Vou começar lá atrás em meados dos anos 80, com um filme, hoje considerado um clássico Cult, chamado The Lost Boys (Os Garotos Perdidos, no Brasil). Por que escolhi este? Simples, tem de tudo que a molecada na época gostava, era um filme sombrio, com criaturas das trevas e com duas das maiores bandas góticas da época na trilha sonora, o Echo & The Bunnymen e Sisters of Mercy. O filme é baseado em contos de vampiros, e os grandes heróis mirins faziam muito sucesso na época, Corey Haim & Corey Feldman (que juntos fizeram dezenas de outros filmes juvenis dos anos 80). E também Jason Patric e Kiefer Sutherland (sim, o Jack Bauer de 24 horas). Resumão básico há vampiros querendo dominar uma cidade californiana e um pequeno grupo de heróis mirins tem que deter os montros, claro que contando assim parece um filme sem graça, mas não é, têm ótimas tiradas, boas cenas de ação, vampiros que não brilham reluzentes em exposição solar e muita pancadaria ao som de People Are Strange (Echo & The Bunnymen, regravando The Doors, classicão!!!!) e No Time To Cry (Sisters of Mercy). Boa pedida pra você que nasceu ainda nos anos 70 e viu isso quando era pirralho, ou no decorrer dos anos 80 e relembrar a infância.


Na seqüência já avançando uma década, escolhi um filme sem heróis, mas que atraiu um grande publico tanto infanto-juvenil quanto adulto. O filme despretensioso por parte da direção e produção, não imaginaram o sucesso que faria, mas o diretor Tom Hanks, não imaginava mesmo que o The Wonders, banda criada para o filme That Thing You Do, seria tão cultuado como foi. Um hit, um grande sucesso, uma banda com jovens desafiando os Beatles em seus penteados, acabou conquistando o publico no mundo. A história é simples, quatro amigos talentosos tocam para participarem de um festival de calouros, mas o baterista se machuca, às pressas eles convidam Guy Patterson (Tom Everett Scott) para tocar no festival, mas Guy que é influenciado por jazz, acha que deve dar outro ritmo à música e salta de vez para o rock'n'roll, uma guinada inesperada para a banda que conhece o sucesso, numa turnê pelo país conhecendo seus ídolos. Vale muito à pena conferir, não só pela trilha, mas pelas boas atuações do elenco e por ser a história de milhares de bandas que tiveram um grande hit na carreira para sumir em seguida.



E finalizando, já na primeira década do século, sim, tivemos um filme totalmente Rock'n'Roll, com muitas crianças, muito talentosas que aprenderam a curtir rock (no filme, na vida real eles já eram fãs e músicos de verdade). Quem não se lembra de School of Rock (Escola de Rock)??? Jack Black é um músico frustrado que é expulso de sua própria banda, se passa por professor para ganhar uns trocados, mas não desiste do sonho de tocar no "batalha das bandas", e, quando descobre que seus alunos tem aulas de música, passa a lhes ensinar tudo sobre rock, tanto que de cara a molecada manda ver ao som de Smoke on The Water do Deep Purple. Claro que não fica apenas nos covers, mas também um dos alunos, Zack, acaba compondo uma música, que eles começam a tocar. Na minha opinião, escolheram o ator certo para fazer este filme, Jack Black é um rockeiro de verdade, e teve ótimo entrosamento com as crianças do filme que mostraram ter rock na veia desde cedo. Um bom filme, recheado de rock e da melhor qualidade, se você tiver a chance de ver qualquer um dos três, assista. E feliz dia das crianças a todos.





Rafael Takamoto
http://esquizofreniacoletiva.blogspot.com/

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Os provérbios do Inferno e as Portas para o Céu

Por Roberta Grassi

 
“Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo se mostraria ao homem tal como é: infinito”. (Em inglês, “If the doors of perception were cleansed everything would appear to man as it is: infinite”. Já viu onde isso vai dar, né?)


A frase acima foi escrita pelo poeta e pintor inglês William Blake e faz parte de seu livro O casamento do céu e do inferno, de 1790.

Blake foi um dos pioneiros do romantismo britânico e é considerado como um dos autores mais místicos. Apesar de cristão convicto tecia criticas ferrenhas à religião institucional – contraste que não ficou de fora de sua obra.

Em O casamento do céu e do inferno & outros escritos, além de diálogos com criaturas demoníacas e angelicais, Blake nos entrega seus Provérbios do Inferno, tais como:

“Aquele que deseja e não age engendra a peste.”


“Se o louco persistisse em sua loucura, tornar-se-ia sábia.”


“Os tigres da ira sabem mais que os cavalos da instrução.”


“O caminho do excesso leva ao palácio da sabedoria”
(Isso séculos antes do “sexo, drogas e rock’n’roll)


Esse caráter espiritual e um tanto quanto profético das poesias de Blake acabaram por influenciar outro escritor, o inglês Aldous Huxley.

Se você ouviu falar em Admirável Mundo Novo, obra que influenciou meio mundo (incluindo a brasileira Pitty), então provavelmente você já ouviu falar em Aldous Huxley, seu criador.


Em 1953, Huxley estava na Califórnia e por lá esbarrou em um pesquisador interessado em desvendar os mistérios da mescalina – droga extraída da raiz do peiote, que desempenha função sagrada na religião dos índios americanos.


E o que ele tirou do encontro com este pesquisador? Inspiração para escrever um livro? Também. Mas antes disso, Aldous Huxley se ofereceu como cobaia para a pesquisa sobre mescalina. No que classificou como “uma radiosa manhã de maio”, o escritor tomou quatro decigramas de mescalina dissolvidos em meio copo d’água e se sentou para esperar o resultado.


E o resultado do consumo deste “meio copo d’água” resultou no livro de 1954 “As Portas da Percepção” (é, de novo as portas).


Além da óbvia referência à frase de Blake, Huxley também adotou uma visão espiritual para encarar suas “viagens”. Junto com imagens de estruturas cinzentas das quais brotavam pálidas esferas azuladas e elucubrações sobre pé de cadeiras (“quão miraculosa a sua tubularidade, quão sobrenatural seu polimento!") provocados por consumo de mescalina, LSD, longos períodos de jejuns, de silêncio e isolamento e até autoflagelação, Huxley tenta “limpar” estas portas da percepção e  através dela enxergar a infinidade de tudo e nossas limitações diante deste infinito.


“Vivemos, agimos e reagimos uns com os outros; mas sempre, e sob quaisquer circunstâncias, existimos sós. Os mártires penetram na arena de mãos dadas, mas são crucificados sozinhos. Abraçados, os amantes buscam desesperadamente fundir seus êxtases isolados em uma única autoconsciência; debalde. Por sua própria natureza, cada espírito, em sua prisão corpórea, está condenado a sofrer e gozar em solidão. Sensações, sentimentos, concepções, fantasias – tudo isso são coisas privadas e, a não ser por meio de símbolos, e indiretamente, não podem ser transmitidas. Podemos acumular informações sobre experiências, mas nunca as próprias experiências. Da família à nação, cada grupo humano é uma sociedade de universos insulares.”


E no final da década de 60 nós chegamos à última porta: a banda The Doors.


Além do nome da banda ser inspirado no livro de Huxley (que por sua vez foi inspirado nos versos de Blake), reza a lenda que Morrison, também inspirado por Huxley, conferia a suas experiências com mescalina e ácido lisérgico um caráter de ritual inspirado no xamanismo.


Morrison morreu em julho de 1971, as hipóteses das causas de sua morte aos 27 anos variam entre a possibilidade de que “o caminho do excesso” tenha o conduzido a uma overdose e (para os amantes de teorias da conspiração) um suposto assassinato planejado pelas próprias autoridades do governo americano (Morrison foi referido como sendo o nº 4 a morrer misteriosamente, tendo sido os três primeiros Jimi Hendrix, Janis Joplin e Brian Jones (todos mortos com 27 anos). Em todo caso, o relatório oficial aponta "ataque de coração" a causa da sua morte.





Eu tentei resumir tudo e acredito que muita coisa ficou de fora deste resumo, mas mesmo se eu escrevesse muito mais nada substituiria a leitura dos livros de Blake e Huxley. E pode ler os livros sossegado, dizem que livros (pelo menos a maioria) causam bem menos danos ao cérebro que o consumo de ácido lisérgico e mescalina.


@robertagrassi
http://esquizofreniacoletiva.blogspot.com

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

THE IMPOSSIBLES - RALLY HO!!!


Por Marcelo Oliveira


Quem já tem um pouco mais de estrada certamente vai se lembrar deste desenho animado. Na época em que Elvis Presley e The Beatles conquistavam o mundo, arrastando multidões por onde passavam, e o Rock ia se impondo como a trilha sonora das revoluções sociais em curso, os gênios do Estúdios Hanna-Barbera tiveram a feliz idéia em traduzir isto para o público infantil. E nada melhor para isto do que transformar astros de Rock em Super-Heróis.

No dia 10 de Setembro de 1966 foi lançado o desenho The Impossibles (Os Impossíveis, aqui no Brasil). Trata-se de uma banda de Rock formada por três grandes astros que quando necessário se transformavam no grupo de Super-Heróis de mesmo nome, com o famoso grito de guerra “RALLY-HO!”.  Coil - o Homem Mola (Coil Man), o Homem Fluido (Fluid Man) e o Multi Homem (Multi Man). Os músicos cabeludos usavam e abusavam de muita tecnologia tanto para fazer os shows quanto para subjugar os bandidos que se atreviam a cruzar seus caminhos.  O destaque era o palco móvel, que se transformava no incrível Impossicar, que além de carro também voava!!!



Existe um grande "mistério" sobre a trilha sonora do desenho. Se alguém descobrir, por favor, avise imediatamente!!! =)



Infelizmente só foram produzidos 36 episódios, de pouco mais de 6 minutos cada (acho que todos eles estão disponíveis no Youtube. Veja acima o primeiro). Mas este Desenho ajudou, creio que não só a mim, mas também a muitos outros, a gostar do bom e velho Rock!

Grande abraço!

Marcelo Oliveira


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

1 livro, 3 bandas e 1 assassinato

Por Roberta Grassi



O Apanhador no Campo de Centeio (em inglês The Catcher in the Rye) foi escrito pelo norte-americano J. D. Salinger e publicado em livro em 1951. O livro conta a história do anti-herói Holden Caulfield, um adolescente de família abastada de NY que, depois de receber um boletim recheado de notas baixas e de ser expulso da escola, resolve deixar o renomado colégio interno e voltar para casa mais cedo. Antes de ir para casa e contar as más notícias para seus pais, Holden se instala em um hotel decadente de NY e gasta alguns dias perambulando pela cidade e refletindo sobre sua curta vida, repassando sua peculiar visão de mundo e tentando definir alguma diretriz para seu futuro.

Inicialmente o livro foi publicado para adultos, mas se tornou popular entre jovens leitores por lidar com temas tipicamente adolescentes como confusão, angústia, alienação e rebelião.

A Wikipédia diz tudo isso sobre o livro. E eu tenho que tomar cuidado com o que eu digo sobre este livro, porque ele é um dos meus favoritos e é difícil falar sobre algo que você gosta muito sem parecer um fanático religioso tentando empurrar sua visão goela abaixo de todo mundo.

Mas mais do que a história ou a linguagem que J. D. Salinger usou para contá-la, o que torna este livro único é o sentimento que ele faz você reconhecer em si mesmo: a idéia de que a superficialidade domina tudo, a sensação de estar diluído entre a futilidade que outros tentam te convencer que está repleta de relevância, a tentativa de encontrar seu lugar no meio de tudo isso.

Foi meio que este sentimento que inspirou Iggy Pop e o guitarrista James Williamson a escrever “Search and Destroy”, música do albúm Raw Power da The Stooges e lançada em 1972.


O nome da música veio de um artigo da revista Time sobre a Guerra do Vietnã e a letra trás referências à cena geral Guerra do Vietnã, incluindo napalm, bombas nucleares, tiroteios, e radiação. Em entrevista, Iggy Pop disse que foi do artigo que ele tirou a ideia do “world's forgotten boy” que aparece na música, que é “meio parecido como personagem de O Apanhador no Campo de Centeio – uma vez que você percebe que as pessoas no alto escalão da política ou da industria da música ou no topo de qualquer coisa, como eles começam a supervalorizar as coisas e pensam que podem empurrar qualquer merda goela abaixo dos jovens, e eles simplesmente não se importam se é algo que que os jovens vão gostar ou não”.

Outra música inspirada no livro foi “Who Wrote Holden Caulfield?” do Green Day, décima primeira faixa do Albúm Kerplunk de 1992.


Reza a lenda que um professor do colégio fez Billie Joe Armstrong ler O Apanhador no Campo de Centeio e na época Billie Joe odiou o livro. Quando ele se tornou um adulto, ele decidiu ler novamente o livro e percebeu como Holden Caulfield tem um quê de punk rock, sendo um desajustado e tudo mais. Foi a partir daí que ele escreveu a música.

E de todas as músicas que o livro inspirou nenhuma trouxe uma referência tão óbvia quanto Catcher In The Rye do Guns N' Roses.


De acordo com Axl, a música é inspirada pela síndrome de Holden Caulfield. Quando ele anunciou que estava compondo sobre o impacto que o livro teve na vida das pessoas e as motivou de maneira estranha, Axl recebeu um telefonema de um diretor oferecendo dinheiro para fazer um documentário e vários pacotes estranhos com material sobre o assasinato de Lennon. Devido a toda a atenção que isso dispertou Axl pensou que estava no caminho certo, pelo menos, para uma música.

Sobre esta “motivação estranha”, Axl está claramente se referindo a Mark Chapman, assassino de John Lennon.

Em 8 de dezembro de 1980, Mark Chapman atirou em John Lennon em frente ao Edifício Dakota, próximo ao Central Park e última residência do ex-Beatle. Após os disparos, Mark Chapman abriu o exemplar que carregava consigo de O Apanhador no Campo de Centeio e leu o livro enquanto espera a polícia vir prendê-lo. Durante o julgamento, o assassino declarou que estava lendo o livro minutos antes de tentar suicídio e que a inspiração para matar John Lennon teria vinda da obra de J. D. Salinger.

Óbvio que alegar que a inspiração para um assassinato veio de um livro é prova que o infeliz tinha sérios problemas no cérebro. E em resposta a qualquer alegação sobre o mal que o livro eventualmente causou, eu recorro a outro autor, Oscar Wilde:

“O mundo chama imorais aos livros que lhe revelam a sua própria infâmia. Mais nada.”

E leiam O Apanhador no Campo de Centeio, o livro é realmente muito bom.

@robertagrassi
http://esquizofreniacoletiva.blogspot.com