quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Iced Earth – “Dystopia”

Por Carlos Matheus Leite




“Entre no pesadelo, o futuro implora”...

É com essa singela frase que Jon Schaffer e companhia abrem o mais novo álbum do Iced Earth, o conceitual “Dystopia”. Focado numa visão "distópica" da sociedade apresentada em filmes como “V de Vingança”, “Matrix” e “Dark City – Cidade das Sombras”, Schaffer conseguiu imprimir mais uma vez a paixão que sempre permeou suas composições, em um verdadeiro retorno à sonoridade mais Speed, mais visceral, que é marca registrada da banda e cunhou obras como os discos: “Night of The Stormrider”, “Something Wicked This Way Comes” e “Horror Show”.

Contando pela primeira vez com o vocal do canadense Stu Block, da banda Into Eternity, os fãs de todo o mundo temeram o que estava por vir. Substituir Matthew “A Voz do Iced Earth” Barlow era uma tarefa “ingrata” (difícil) mesmo para o talentoso vocalista Tim Ripper Owens, famoso por também substituir o insubstituível Rob Halford no Judas Priest. O novato Stu Block mostra-se afinal um vocalista à altura, alcançando as notas mais baixas que fizeram Barlow famoso à frente da banda, assim como as mais altas, marca de Tim Owens. Para acalmar os fãs, assim como para atiçar mais ainda a vontade de se ouvir o produto final do novo disco, a banda disponibilizou em download gratuito a regravação de “Dante’s Inferno”, do clássico “Burnt Offerings”. Com uma interpretação impecável e segura Stu dá um show à parte, numa canção até então esquecida, mas que agora volta com força total ao repertório da banda. Assim como outras, a pedido do próprio Stu. Poucos dias depois a banda lançava na Web a canção-título, e foi então que os fãs se renderam.

O álbum, que totaliza quase uma hora do mais puro Iced Earth, começa com a já citada “Dystopia”, com sua convidativa marcha de guerra na introdução, para logo dar lugar ao grito cortante de Stu e mais um riff sensacional do guitarrista e líder da banda Jon Schaffer. A canção é tão bem construída que chega a hipnotizar os menos avisados, com seus refrãos grudentos (marca das composições de Schaffer) e o vocal versátil que permeará por todo o álbum. “Anthem” é mais cadenciada, mostrando uma maturidade invejável tanto na sua composição quanto na interpretação da banda. “Boiling Point” e “Days of Rage” são um soco na cara, com a banda mostrando seu lado mais Thrash, como já havia feito antes com “Violate” (Dark Saga) e “Divide and Devour” (The Crucible Of Man); Thrash Metal puro! “Anguish of Youth” e “End of Innocence” são as duas baladas do álbum, com a grande carga emocional típica de Schaffer, sendo esta última um relato da batalha da mãe de Stu contra o câncer. Já “V”, “Dark City” e “Equilibrium” têm aquela sonoridade clássica do Iced Earth que nos fez fãs incondicionais da banda, pontilhadas ainda pela influência mais que benigna do Iron Maiden dos anos 80; impossível não bater a cabeça ao som dessas canções que já nasceram clássicas. “Soylent Green” e “Iron Will” mantêm o pique do álbum, culminando na canção mais longa do disco, a faixa “Tragedy and Triumph”.



Com “Dystopia”, o Iced Earth retorna com o melhor álbum desde “Horror Show”, de 2001. Intenso e visceral, não poderia ser melhor, ainda que uma discussão sobre quem foi o melhor vocalista já se desenha no horizonte. Com várias turnês já marcadas, e uma quase certa visita ao Brasil, os tempos não poderiam ser melhores para a banda. 

Os “Dias de Ira” do Iced voltaram!


                                   

Um abraço!


Carlos Matheus Leite

2 comentários:

  1. Muito bom o post, e é isso aí, Os dias de ira do Iced voltaram...

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  2. Mais uma banda que eu não conhecia, mas entrou na minha lista de preferidas. Os caras arrebentam. Valeu a dica. SRC cada vez melhor.

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