domingo, 23 de outubro de 2011

So Far Away - A7X


Por Marcelo Oliveira


Uma das coisas que mais me fascinam na música é o poder que ela tem de dizer coisas que dificilmente poderiam ser ditas de outra forma. Ela possui uma eloqüência que está muito além da razão. É como uma chave de abre e fecha portas de nossos sentimentos.

Tenho um primo que está agora com 15, quase 16 anos. Desde molequinho ele sempre adorou dançar e, por conta disso, ouve música o tempo todo. Funkeiro até os ossos, sua playlist ainda guardava um espacinho para alguns pagodes e até axé. Algum tempo atrás, quando cheguei em sua casa ele veio me perguntar se eu conhecia uma banda chamada Avenged Sevenfold. Na época nunca tinha ouvido falar e ele correu pra me mostrar. Fiquei absolutamente surpreso que o moleque estivesse ouvindo Rock e curtindo! Fiquei meio receoso vendo aqueles que me pareceram Rockeiros de Shopping Center... muito arrumadinhos... mas até por uma questão “pedagógica” resolvi ouvir tudo que ele estava me mostrando com muita atenção. E, de fato, o som dos caras tinha qualidade. Claro que depois fui aos poucos mostrando a ele que o Rock não tinha começado ontem e que esta banda não era exatamente a última bolacha do pacote, como ele estava imaginando. Mas incentivei muito que continuasse fã.

Passado algum tempo, fui percebendo que o Avenged ia arrebatando sentimentos com uma força impressionante. Desperta paixões com a mesma intensidade que provoca desdenho e desprezo por seu trabalho. Difícil ficar indiferente à sua música e à sua linguagem visual. Como não era exatamente um estilo de minha predileção, fiquei apenas acompanhando de longe, com um interesse quase exclusivamente “jornalístico”.

Contudo, foi exatamente esta capacidade da música de comunicar o incomunicável que me fez respeitar definitivamente a banda. Uma música que foi concluída para homenagear o baterista The Rev, membro importante da banda falecido prematuramente, mostrou o poder de tornar evidente a “presença” de uma ausência. Ou seja, traz a dor e a tristeza de uma perda em cada nota. Refiro-me a canção So Far Away. Não é qualquer banda que consegue lidar com uma perda tão trágica para sua formação. E quando isto acontece, quando alguém consegue transformar sofrimento em arte, pode acreditar que houve aí um importante amadurecimento do artista. 

Se você é fã da Avenged Sevenfold então já sabe as razões para tal. Mas se você não curte a banda então aconselho a despir-se totalmente de qualquer preconceito e ouvir com um pouco mais de atenção. Não precisa se tornar fã dos caras, mas quem sabe não passe a respeitá-los? O fato é que temos aí uma banda com força suficiente para atrair uma juventude que está cada vez mais afastada do Rock.




Grande abraço!

Marcelo Oliveira

6 comentários:

  1. Agora tem fã de a7x até do bueiro KKKKKKKK ainda bem que eu só curto.

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  2. Eu curto bastante Avenged Sevenfold e as músicas da banda são show, só que ainda há muito preconceito por parte de várias pessoas.

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  3. Penso da seguinte forma: se não gosto, não critico nem fico falando absurdos dos trabalhos que as pessoas fazem, alias é uma filosofia de vida minha que tem dado muito certo. Procuro estar informada sobre tudo, conhecimento nunca é demais. Preconceito contra o que? Pra que? De que serve a mim me fechar em um mundo e achar que só o que eu gosto presta. Concordo há muita coisa por ai que deixa muito a desejar mas é sempre bom mantermos o respeito. Quanto ao Avenged Sevenfold também não é uma banda de minha preferencia, mas as vezes é bom parar pra ouvir.

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  4. Também não sou um grande fã da banda mas o trabalho musical - guitarras afiadíssimas - acho muito interessante.

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  5. Sem palavras, o texto diz por si só!
    Incrível, acompanho o Avenged desde 2005 e a transformação e originalidade da banda é evidente a cada álbum !

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  6. eu nem conhecia a banda... até passar aqui e ler sobre ela...

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