sábado, 8 de outubro de 2011

Rock in Rio: Eu Fui... ROUBADO!


Por Marcelo Oliveira

Simpática contra-propaganda dos nossos amigos de Lisboa

Não! Apesar do título, não estou escrevendo para tratar do absurdo que foram os roubos e furtos durante o Rock in Rio, dentro do evento e no seu entrono. O problema, creio eu, consegue ser ainda mais sério. Desculpa aí, galera, mas esta chapa é quente. Leia com muita atenção!

O clipping de notícias do portal Rio Negócios trouxe uma nota assinada por João Bernardo Caldeira, do jornal Valor Econômico, que traz uma revelação assustadora. Vou reproduzir a nota na íntegra, conforme está no clipping, e depois faço questão de comentar.

Viva la economía

A melhora da economia brasileira na última década foi sentida pela organização do Rock in Rio. A empresária Roberta Medina relembra que na última edição do festival, em 2001, a verba de patrocínio respondia por 80% do seu orçamento total, já que o ingresso a R$ 35,00 não resultava em bilheteria expressiva. Desta vez, o montante gerado pelos patrocinadores (R$ 55 milhões) recuou para 60% dos gastos totais, enquanto a venda de ingressos bateu a casa dos R$ 100 milhões. Bancados os custos de R$ 90 milhões, o lucro foi de R$ 65 milhões.

2013

Além disso, o número de patrocinadores da edição brasileira do evento duplicou. "As empresas estão com maior capacidade de investimento", avalia Rodolfo Medina, responsável pela captação. "Pudemos, então, diluir os valores do aporte de cada empresa entre diversas marcas." Para a próxima edição do evento no Brasil, em 2013, a intenção é ampliar as receitas, mesmo com a decisão de vender 15 mil ingressos a menos por dia. "Com o sucesso do festival, é natural que se consiga um resultado ainda melhor", garante Roberta, vice-presidente do Rock in Rio.

Comento...

Sinceramente eu não sabia que a família Medina era tão generosa e camarada com os seus patrocinadores. Que coisa linda de se ver.  Fez de tudo pra ficar mais “baratinho” patrocinar o Rock in Rio. Eu só não consigo entender porque uma redução de 20% no planejamento de arrecadação com patrocínios, relativo ao montante total, onerando, com isto, o público. Ora! O patrocinador não faz caridade! Trata-se de um investimento. Acredite, uma empresa só faz este tipo de investimento quando está razoavelmente segura de ter um retorno muito maior disto. Os Medinas então parecem ser uma espécie de Robin Hood ao contrário: tiram dos pobres para dar ao ricos. Mas o pior ainda está por vir...

Como a própria Roberta Medina fez questão de lembrar, o ingresso para o Rock in Rio em 2001 custou R$ 35,00. O evento passou, foi considerado um grande sucesso e ninguém jamais disse que havia dado prejuízo. Passados dez anos, o preço do ingresso saltou para absurdos R$ 190,00. Isto representa um aumento de 443%. Alguém pode pensar: Ah, mas são 10 anos... tudo aumentou! Pois saiba que, segundo o Conselho Regional de Economia do Espírito Santo, a inflação acumulada nos últimos 10 anos ficou em 92%. Ou seja, o aumento ficou quase 5 vezes acima da inflação. Eu queria saber, por que diabos o sujeito acha que isto é um sinal de fortalecimento da Economia? Sob qual perspectiva ele afirma isso? Parece piada de mal gosto!

É claro que não foi só a estranha estratégia da família Medina que tem o mérito desta bela ferrada no público. Aliás, esta sacanagem só pode ser feita por causa da criminosa lei da “meia-entrada”. Entenda agora, de uma vez por todas: muito provavelmente, se esta lei não existisse, você que ficou feliz, se sentindo malandrão por pagar meia, pagaria menos do que pagou!

Quem ganha com esta lei da meia-entrada é a UNE, vendendo carteirinha; os falsificadores de carteiras de estudantes; e os empresários de entretenimento, que mais que dobraram o valor dos ingressos (como ficou claro). Enquanto isso o público vai tomando na tarraqueta e curtindo no Facebook!

Grande abraço!

Marcelo Oliveira

2 comentários:

  1. Nossa nem sei o que dizer sobre isso. Eu já estava meio decepcionada com o RiR, e depois dessa. O pior é a forma como falaram a respeito "colocar menos ingresso a venda pois é certo que vão se esgotar logo", tipo os trouxas vão correndo comprar pra garantir o seu, porque tem menos. Falta de respeito com o consumidor, que nessa hora nem se preocupa com o preço que ta pagando tamanha a empolgação. É ganhar triplicado em cima das pessoas.

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  2. pelo visto, depois da 2ª edição q levaram o evento p/ fora é q ferrou tudo, mas por aqui sempre dá nisso, a empolgação toma conta e os gastos absurdos falam mais altos, eu não tive coragem de ir nessa edição pq ficava pensando num motivo p/ comprar ingresso s/ nem ao menos saber q banda ia tocar, depois q confirmou me decepcionei ainda mais e achei muito caro pagar p/ ir ver o motorhead, só... os festivais de musica aqui no brasil são muito caros, mas eu nunca tinha pensado por esse lado da carteirinha de estudante... realmente, talvez s/ ela as coisas saíssem mais em conta...

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