quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Andromeda - Banda Clássica e Esquecida

Por Leandro Arruda


Na mitologia grega:

Andrômeda era o nome da filha de Cefeu e Cassiopéia, Rei e Rainha do reino fenício da Etiópia. Foi oferecida como sacrifício à Poseidom para cessar os ataques de Cetus, monstro marinho enviado pelo senhor dos mares para atacar a costa do reino etíope. Fato não consumado devido a interferência de Perseu, que salvou Andrômeda de seu árduo destino, mais tarde ela se tornaria mulher do seu saudoso herói. E pensar que o conselho para salvar o reino, que incluía o sacrifício da filha virgem de Cefeu partiu de Ammon, oráculo de Zeus.

A nível cósmico:

É uma constelação do hemisfério celestial norte. Voltando a mitologia grega, Afrodite a deusa do amor pôs Andrômeda ao lado de seu amado Perseu no véu celestial. E voltando a falar cientificamente a constelação de Andromeda se avizinha das seguintes constelações: Perseus, Cassiopéia, Lacerta, Pégaso, Peixes e Triangulum. Devido a proximidade essas recebem o nome de constelações limítrofes em relação à constelação de Andrômeda. Nada melhor do que informação, então satisfeita a desambiguação passemos para o que nos interessa.

No rock n' roll:

Banda inglesa formada em 1968, por isso o título do post está escrito sem o acento circunflexo, pois o tema central está relacionado puramente ao inglês, sendo que as demais abordagens servem meramente para dar espaço à viajem de quem vos escreve. Retornando ao assunto, a banda era composta por John Cann (vocal e guitarras), Mick Hawksworth (baixo) e Ian Mclane (bateria). Adeptos do rock psicodélico com levadas tendenciosas ao progressivo gravaram apenas um álbum, porém se avaliarmos qualitativamente a obra veremos que é melhor lançar  apenas um álbum em virtude de uma notável fonte de inspiração do que vários apenas por insistência. Não compararei com outras  bandas pelo fato de que só Deus sabe como selecionamos as ondas sonoras que nos são agradáveis.

Por aquela ser uma época que tinham um certo perfil musical já formado, muitos grupos pegavam carona nas tendências, mas qualquer vestígio de cópia era sabatinado e logo posto de lado. A preocupação de fazer algo inovador com consistência era o objetivo de qualquer grupo que vislumbra-se o sucesso, então decidiram levar o projeto adiante e deram origem ao álbum homônimo, lançado em 1969. As canções são ótimas, com um desempenho instrumental louvável, letras e música convergindo para um rock virtuoso. Infelizmente a banda não se consolidou e caiu no esquecimento, tornando seus exemplares de discos uma raridade e por isso decidir falar dessa ótima banda que vem direto do fundo do baú do rock and roll. Aproveitem.

As músicas que fazem parte do álbum são verdadeiras pérolas do Hard Psicodélico, fusão que deu o que falar na década de 70. A faixa de abertura Too Old nos mostra imediatamente a personalidade do grupo com uma guitarra ousada e linha de baixos atordoantes fazem uma introdução inusitada onde apresentam uma revolução das cordas em meio ao ritmo de uma bateria precisa. O vocal de John Cann é solto, espontâneo enquanto desenvolve linhas atrevidas de guitarra. Eis que logo em seguida vem Day Of The Change uma música serena, salvo apenas a parte do solo,  enaltece o baixo de Mick Hawksworth, é uma bela canção chega a ser nostálgica embora tenha uma mensagem de busca de novas atitudes.

A faixa três And Now The Sun Shines é uma brisa em meio a acidez do álbum e serve de ponte para Andromeda voltar a linha agressiva com Turn To Dust, uma canção que apresenta uma parte interessante de backing vocal do preciso Mick Hawksworth em uma parte viajante da música, que nos leva a  uma sessão instrumental que desagua em um dos solos mais alucinantes de guitarra do álbum, depois entra de novo no riff matador finalizando a música com um acorde manhoso. Turn To Dust é subdividida em três partes: Discovery (03min:35s), Sanctury (01min:40s) Determination (01min:30s).

Apresentada a metade do álbum vamos falar da segunda parte, que no lançamento em vinil era compatível com o lado B. A música que o abre é Return To Sanity, música complexa que também se divide em três partes: Breakdown (02min15s), que é uma introdução misteriosa e triunfal; a segunda parte é Hope (05min35s), revela uma sonoridade suave, com trechos revolucionários de bateria para época, ainda apresenta canto que varia de intensidade e emenda com um belo solo de guitarra; a parte três Conclusion (00min47s) possui uma marcação vigorosa de baixo e guitarra que variam entre a calmaria e a tormenta para finalizar a música com um degradèe, que nas apresentações ao vivo permitia o prolongamento dessa.

A sexta faixa The Reason conta com o vocal de Mick Hawksworth, uma bela canção que trás um riff de outro mundo no final com uns break na final com John Cann arrepiando na guitarra. I Can Stop The Sun bela canção composta por acordes primorosos soa mais como um soneto preparatório para When To Stop música que encerra o álbum subdividida em
The Traveller (3min44s), Turning Point (1min52s), Journey’s End (3min:02s). Viajante do início ao fim com compassos sincopados lembrando o velho Blues Rock, que era envolvido no som mais característico da banda. O destaque sem dúvida é o entrosamento do power trio que com apenas um disco fez tanto quanto em uma obra gigantesca.

Formação:
John Cann (vocal e guitarras)
Mick Hawksworth (baixo e vocal)
Ian Mclane (bateria)

Andromeda (1969) Capa Original
Tracklist:
01 - Too Old
02 - Day Of The Change
03 - And Now The Sun Shines
04 - Turn To Dust
05 - Return To Sanity
06 - The Reason
07 - I Can Stop The Sun
08 - When To Stop




Leandro Arruda - Never Too Old To Rock

4 comentários:

  1. Incrível essa banda. Gostei logo de cara por causa da relação do nome com a história da mitologia grega, que é uma das minhas preferidas, e o som bom dispensa comentários, fala por si só. ;)

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  2. tbm gostei... principalmente da história!!!!

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  3. É pessoal, o rock nos revela coisa que nunca se que imaginamos.

    Como é que uma banda dessas com músicos brilhantes caem no esquecimento, e o pior não se firmou. Embora tenha sido bem criticada no ano do lançamento.

    John Cann um exímio guitarrista que poucos conhecem. O cara é um fenômeno.

    Mas fica o registro de um super grupo.

    Obrigado a galera do Social Rock Clube pelo espaço que me ofereceram para homenagear essa pérola do rock clássico.

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