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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Split Sepultura/Overdose: O Grande Começo



Ontem, por uma série de fatores, acabei voltando 26 anos no tempo, até o magnífico ano de 1985. Não, não vou falar do primeiro (e inigualável) Rock in Rio, apesar dele ter o maior peso neste "magnífico" atribuído aquele ano. Em minha memória estava o primeiro trabalho discográfico de duas bandas brasileiras que viriam a conquistar o Mundo: Sepultura e Overdose.

Estamos falando de uma época na qual não havia CD, nem DVD e muito menos BLu-Ray. Os discos eram os famosos LP's, bolachões pretos, flexíveis, que eram registrados nos dois lados: tinha o lado A e o lado B. Estranho, né molecada? Mas era assim. E naquele tempo, pela tradicional falta de grana e falta de investimento das grandes gravadoras, começaram a surgir pequenos selos interessados no grande, porém até então desconhecido, público de Rock. Muita vontade, muita disposição, muita criatividade, mas quase nenhum dinheirinho. Este era o cenário. Para superar os obstáculos as gravadoras e bandas começaram a recorrer a uma estratégia muito interessante: "temos o lado A e o Lado B? Então... uma banda de cada lado!" Era o  Split LP. Você comprava um LP e levava pra casa duas bandas. Era bem legal.

E foi com um split LP que as bandas Sepultura e Overdose debutaram para o grande público Brasileiro. Mas antes de chegar aí preciso contar rapidinho uma outra história. Serei muito breve. Prometo!

1980, local: Belo Horizonte MG. Este foi o primeiro ano de existência da loja de discos Cogumelo, especializada em Rock. Cinco anos depois a Cogumelo resolve se aventurar e lançar o selo Cogumelo Records, que produz muita coisa boa até hoje. Qual foi o primeiro trabalho da Cogumelo Records? O Split Album Sepultura/Overdose. Ou seja: todo mundo "virgem", bandas e selo.

Aquele bando de malucos cabeludos se internaram no JG Estúdio (BH) e em dois dias gravaram e mixaram tudo, em uma mesa de 8 canais (desvende esta mágica, Mister M)! E lá produziram uma obra prima do Rock brazuca. A recepção por parte do público surpreendeu a todos. Como gota d'água caindo em solo ressecado, o LP sumia das prateleiras das lojas especializadas tão logo chegavam. As capas (sim, uma pra cada lado), eram já obras de arte. O som potente e muito competente que se ouvia ao tocar o disco, além de balançar a galera de primeira, deixava ainda aquele gostinho de "Yes, We Can!". Eu era moleque... bem moleque... mas me lembro muito bem quando cheguei na casa do meu amigo Sandro e ele me mostrou o disco perguntando: "Já ouviu isso"? Depois destes anos todos eu ouvi poucas ou quase nenhuma vez aquelas músicas. Mas para dar a idéia do quanto me marcou, até hoje eu sei a letra de Anjos do Apocalipse... "Quando o primeiro anjo/ sua trombeta tocou/ fogo e sangue pela Terra se lançou..."


Lado Overdose: Século XX

"Anjos Do Apocalipse" - 10:02
"Filhos Do Mundo" - 06:04
"Século XX" - 05:03


Formação:

Bozó - vocal
Cláudio David - guitarra solo
Ricardo - guitarra base
Fernando Pazzini - baixo
Hélio Eduardo – bateria









Lado Sepultura: Bestial Devastation


"The Curse" - 00:39
"Bestial Devastation" - 03:06
"Antichrist" - 03:46
"Necromancer" - 03:52
"Warriors Of Death" - 04:07


Formação:

Max "Possessed" Cavalera - Vocals/Guitar
Jairo "Tormentor" Guedz - Guitar
Paulo "Destructor" Pinto Jr. - Bass
Igor "Skullcrusher" Cavalera - Drums











Bem... era isso que eu ouvia com meus 12 anos de idade. Depois eu tento falar um pouco, principalmente da Overdose, que apesar do sucesso que fez e faz lá fora, aqui não teve o reconhecimento que sempre mereceu.

Grande abraço,

Marcelo Oliveira


6 comentários:

  1. Não conhecia essa historia de duas bandas em um LP. Muito legal o post.

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  2. Pois é! E este não foi o único Split que rolou naquela época. Num outro dia quero falar de outro que marcou muito, com as bandas Dorsal Atlântica e Metalmorphose (1984, se não me engano).

    Beijão

    Marcelo Oliveira

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  3. opaopa! faltou o Wagner Antichrist ai no Bestial! wmawawhuawh! cara! vc é foda! poucas pessoas falam dessa obra de arte! vc ta de parabéns! e cmo o marcelo oliveira disse! eu tenho esse slipt! mas em cd! qm me dera ter em vínil! ABS a málaria de plantão!

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  4. Cara, valeu pelo post. Muito legal relembrar a história no metal nacional.
    Queria fazer uma contribuição também.
    Havia fãs do Sepultura que eram muito radicais e que não gostavam do Overdose e chegaram a riscar todo o lado desta banda. Assim, com o lado do Overdose totalmente danificado, só podiam escutar o Sepultura. Se vocês ouvirem os arquivos disponibilizados pelo Marcelo, vão notar que os estilos eram bem diferentes.
    Outras duas informação interessantes: o Bestial foi relançado com o Morbid Visions, o segundo disco do Sepultura, em um único CD. Ah, a logo do Sepultura no Bestial foi feita pelo próprio Max
    Grande abraço

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  5. Grande Maurício!!!

    Valeu pelas informações adicionais!

    Essa parada de riscar o disco rolou mesmo... o que era uma grande babaquice, porque são duas grandes bandas. Mas fã é fã... hahahaha

    Não sabia dessa parada da Logo, que foi feita pelo Max! O cara mandou bem... =)

    Grande Abraço!

    Marcelo Oliveira

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  6. Eu tenho esse classico do metal nacional (por acaso autografado pelo Overdose) foi feito na epoca uma tiragem de 500 copias apenas.edição pra colecionador nenhum por defeito.

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