Pages

domingo, 25 de setembro de 2011

Rock’n’roll na veia

Por Roberta Grassi


Semana passada eu escrevi sobre um livro inspirando o rock, mas e quando o rock inspira a ficção?

“Estava encantado com o mundo da música de rock — o modo como os cantores podiam gritar sobre o bem e o mal, se proclamar anjos ou demônios, enquanto os mortais se levantavam para aplaudir. Às vezes, pareciam a pura personificação da loucura. E, no entanto, era de tecnologia fascinante a complexidade de sua apresentação. Era selvagem e cerebral, de uma maneira que não creio que o mundo tivesse algum dia visto em épocas passadas.

...

Havia também algo de vampiresco na música de rock. Ela devia soar sobrenatural mesmo para aqueles que não acreditam no sobrenatural. Refiro-me ao modo como a eletricidade podia sustentar uma única nota para sempre; ao modo como harmonias podiam ser sobrepostas a outras até você sentir-se dissolvendo-se no som. De tão terrivelmente eloquente que era essa música. O mundo não tinha visto nada semelhante antes.”

O trecho acima faz parte do começo do livro O Vampiro Lestat (escrito por Anne Rice e publicado em 1985) e descreve o momento em que Lestat “volta à vida” depois de passar um tempo enterrado e sem beber sangue, numa espécie de “hibernação”.
O que chama a atenção nesta cena é o motivo que o fez despertar. Ele estava debaixo da terra, se definhando e sem poder morrer, então uma banda começou a ensaiar a um quarteirão de onde ele estava enterrado e o que em seu vocabulário arcaico Lestat define como “a música de rock” lhe devolveu a sede pela vida, a vontade de “viver”.
(Alguém duvida que o rock’n’roll tem o poder de levantar defunto?)

Depois de despertar e com sangue novo correndo em suas veias, Lestat resolveu fazer o que qualquer um que não precisa se preocupar com a mortalidade ou em pagar as contas faria: fundou uma banda de rock e resolveu dominar o mundo.



E em 2002, como parece ser o destino de todo livro que tem vampiros como tema principal, a história do vampiro Lestat chegou às telas de cinema com o filme A Rainha dos Condenados. E se na história Lestat tem uma banda, no filme precisaram arrumar uma voz para ele; o escolhido para o serviço foi Jonathan H. Davis, vocalista da banda Korn.


As Crônicas Vampirescas da Anne Rice dispensam qualquer comentário, eu nem vou perder tempo elogiando a série. E o filme A Rainha dos Condenados, no mínimo, vale a pena ser assistindo pelas imagens inusitadas: um vampiro vestindo calça de couro refestelado em amplificadores Marshall, sugando o sangue de seus fãs (referência ao abuso dos preços dos ingressos?! hahahaha) e produzindo vídeo clipe inspirado em O Gabinete do Dr. Caligari (uma das primeiras obras do Expressionismo Alemão).

Para finalizar fica a pergunta: qual música te faria voltar do mundo dos mortos?

Até o próximo post

@robertagrassi

2 comentários:

  1. cara... não conheço o filme... e tem KORN... como assim????
    musica q me faria voltar a vida... hummm... ALWAYS LOVE, óbvio...

    ResponderExcluir
  2. Eu não vi o filme ainda, mas ele está na lista dos filmes que quero ver. Quanto a música que me faria voltar a vida cara dificíl escolher... mas eu fico com Carry On My Wayward Son - Kansas.

    ResponderExcluir